EVOLUÇÃO MORFODINÂMICA DE ESTUÁRIOS ASSOCIADOS A ESPORÕES ARENOSOS
Umas das feições deposicionais comuns do litoral baiano são os esporões arenosos isolando áreas estuarinas longitudinais à linha de costa. A morfologia destes estuários é comumente caracterizada pela presença de um canal bem definido meandrando ao longo de manguesais, com a movimentação de água e sedimentos governada apenas pela movimentação das marés.
A propagação da onda de maré é influenciada pela hipsometria do estuário, que determina sua assimetria e a direção do transporte resultante de sedimentos. Durante a evolução geológica de um estuário, a hipsometria e as característica dos processos associados às marés devem alterar-se num processo de retroalimentação altamente positivo: o preenchimento do estuário resulta em um aumento da área intermareal, que irá afetar a propagação da maré que por sua vez induzirá modificações na taxa e direção do transporte resultante de sedimentos que por fim influenciará no preenchimento do estuário. No momento existem duas linhas de pensamento quanto às adaptações morfodinâmicas impostas a um estuário durante sua evolução. Uma, baseada em simulações numéricas, sugere que a morfodinâmica estuarina associada ao momento de formação do estuário permanece inalterada durante sua evolução. A outra, baseada em simulações numéricas e evidências sedimentológicas, sugere uma possível alteração das características da maré e transporte resultante de sedimentos com o tempo.
Este projeto, sendo desenvolvido no estuário de Cacha-Prego (Ilha de Itaparica), objetiva verificar se o padrão atual de assimetria da maré e o transporte resultante de sedimentos conseguem explicar o registro estratigráfico existente no estuário. Para tanto, almeja-se:
identificar as fácies sedimentares superficiais e subsuperficiais dos estuários e propor um modelo evolutivo para o Holoceno;