Autor
Pereira, Cesar A. G. (1984)
Título
Determinação de velocidades intervalares em modelos bidimensionais a partir dos dados sísmicos.
Data da aprovação
12.03.1984
Banca examinadora
Dr. Anthony F. Gangi (Orientador), Dr. Peter H. W. Hubral, Dr. William J. Vetter.
Resumo

Na presença de interfaces que não sejam planas horizontais as seçães sísmicas convencionais podem propiciar a criação de falsas estruturas, a atenuação e mesmo a destruição de anomalias estruturais verdadeiras. Para evitar-se este problema é recomendável que as seçães em tempo sejam convertidas para profundidade. Qualquer procedimento utilizado para a obtenção de seçães em profundidade requer um conhecimento bastante acurado das velocidades intervalares e dos caminhos dos raios normais a cada interface. As velocidades intervalares, obtidas rotineiramente através da fórmula de Dix e das velocidades de estaqueamento podem, em alguns casos, apresentar erros inaceitáveis. Al-Chalabi introduziu o conceito de fator de heterogeneidade e alguns procedimentos para a obtenção das velocidades intervalares adequadas por meio da determinação do Bias, diferença existente entre as velocidades de estaqueamento e as velocidades de normal-moveout. Seus estudos limitaram-se a modelos com interfaces planas horizontais. Nesta tese várias consideraçães e métodos de análises de velocidades foram revisados e convertidos para uma forma computacional. Foi gerado um algoritmo e um programa de computador que possibilita o cálculo do Bias, por meio de um ray-tracing interativo, estendendo as análises de Al-Chalabi para o caso de interfaces planas com mergulho. Considerando como dados de entrada as velocidades de estaqueamento e os tempos normais a cada refletor, o algoritmo possibilita o cálculo da velocidade de normal-moveout em cada interface e, conseqüentemente, a determinação das velocidades intervalares corretas utilizando-se a fórmula de Shah e os parâmetros dos raios normais que também são obtidos. Os resultados obtidos com dados sintéticos, considerando modelos com interfaces planas horizontais e mergulhantes, foram muito precisos. Os erros na determinação de velocidades intervalares foram menores que 1%. Os erros cometidos na previsão de profundidades foram menores que 0,2%.

Abstract

Conventional seismic sections, in the presence of non horizontal layers, may produce a distorted picture of the subsurface structure. The creation, the modification and even the destruction of true structural anomalies can occur. In order to avoid such difficulties, it is desirable that time sections be converted into depth sections. Any procedure used to generate depth sections requires an accurate knowledge of the interval velocity distribution as well as of the normal ray paths to each interface. The interval velocities usually obtained through Dix's formula using stacking velocities may, in certain situations, be largely inaccurate. Al-Chalabi has introduced the concept of heterogenity factor and a correction procedure which involves a computation of bias existing between, stacking and normal-moveout velocities. His analysis has been limited to horizontal plane interfaces. In this thesis, the various considerations and methods of velocity analysis have been reviewed and converted to computational form. The analysis of Al-Chalabi have been extended to the case of dipping plane interfaces, and an algorithm and computer program has been presented which includes bias corrections for the velocity estimates in the case of such dipping plane interfaces. The implementation of the corrections involves an interactive ray tracing loop. This algorithm computes normal-moveout velocities for each interface of a given model, considering stacking velocities and normal reflection times as input parameters. It uses Shah's relations and normal ray parameters, which are also calculated by the technique, to determine adequate interval velocities. Various simulation results obtained from synthetic data, considering both horizontal and dipping plane interfaces, were quite accurate. Errors in the determination of interval velocities were smaller than 1%. The errors in the prediction of depths were smaller than 0.2%.