O problema inverso MT para modelos geoelétricos 1D pode ser tratado por meio de técnicas aproximativas que estão fundamentadas nas propriedades analíticas da função resposta da indução geomagnética. Entre as técnicas mais utilizadas estão: Niblett (NIBLETT & SAYN-WITTZENSTEIN, 1960); Schmucker (SCHMUCKER, 1970) e Bostick (BOSTICK, 1977). O termo transformação de Bostick-Niblett é proposto para designar a inversão na qual o cálculo da resistividade é baseado na inclinação m(T) da curva de resistividade aparente sem a utilização dos dados de fase para estimar esta inclinação. Os resultados da análise comparativa entre a transformação de Bostick-Niblett e a de Schmucker, através de modelos sintéticos mostraram que a primeira se mantém superior à segunda, principalmente quanto à aproximação obtida para a resistividade e topo de camadas resistentes. A transformação de Bostick-Niblett foi aplicada a dados já processados de SMT, proveniente de um levantamento de detalhe em área da Bacia do Paraná. A análise de seu desempenho foi feita por comparação com os dados de poço existente na área, bem como com a inversão automática. Esta análise mostrou que a quantificação do parâmetro espessura do modelo geoelétrico, a partir das curvas de Bostick-Niblett, é facilitada pelo cálculo simples de suas respectivas curvas derivativas. Através dos pontos de máximo e mínimo obtidos é possível correlacionar de forma precisa os pontos de inflexão das curvas Bostick-Niblett correspondentes ao contato entre as camadas geoelétricas. O maior poder de resolução da técnica está na determinação da base dos basaltos. Os resultados obtidos permitem concluir que a aplicação desta técnica não deve ser restrita ao estabelecimento de um modelo inicial para o programa de inversão automática. A comparação entre as curvas de Bostick-Niblett observadas e as correspondentes ao modelo final estabelecido pela inversão automática mostra pequenos desvios entre elas, não observáveis na comparação entre as curvas de resistividade aparente. Isto permite reduzir a ambigüidade de resolução da inversão automática. Além disso, as seçães de correlação das curvas de Bostick-Niblett e derivativas contém as principais informaçães sobre a configuração 1D e permitem estimativas sobre a configuração 2D da estrutura geoelétrica, bem como apresentam uma resolução para a base dos basaltos e topo do condutor profundo, superior ao da inversão automática. Portanto, em casos em que o levantamento MT é realizado para atender estudos geotermais ou de reconhecimento estrutural, uma seção geoelétrica baseada nas seçães de correlação das curvas de Bostick-Niblett e derivativas pode ser considerada como resultado final.

The MT inverse problem for 1D geoeletric models can be dealt with approximation techniques which are based on the analytic properties of the induction response function. At present, there are three approaches in use by professionals whose interest lies on the conductivity structure of the earth: Niblett (NIBLETT & SAYN-WITTZENSTEIN, 1960); Schmucker (SCHMUCKER, 1970) e Bostick (BOSTICK, 1977). The Bostick-Niblett transformation term is proposed to designate the inversion in which the resistivity computation is based on inclination m(T) of apparent resistivity curve whithout utilization of phase data to estimate this inclination. The results of the comparative analysis between the Bostick-Niblett transformation and Schmucker approximation, through synthetic models, indicated that the former is better than the latter principally related to the approximation obtained for resistivity and top of resistant layers. The Bostick-Niblett transformation was applied to SMT data already processed from a detailed survey in Paraná Basin area. The analysis of its performance was made by comparison with well data existent in the area and also with automatic inversion. This analysis showed that the quantification of the parameter thickness, of the geoeletric model when Bostick-Niblett curves are utilized, is facilitated by simple computation of their respective derivative curves. Through the obtained maximum and minimum points, it is possible to correlate accurately the inflection points of the Bostick-Niblett curves corresponding to the contact between the geoeletric layers. The larger power of resolution of this transformation technique lays on the determination of basalt basis. The conclusion from the obtained results is that the application of this technique must not be limited to an initial model for the automatic inversion program. The comparison between the observed Bostick-Niblett curves and the corresponding curves of the final model established by automatic inversion indicates little deviations between both curves which are not observable in the comparison between the apparent resistivity curves. This permits to reduce the ambiguity of resolution of automatic inversion. Furthermore, the correlation sections of Bostick-Niblett and derivative curves, include the main information about the 1D configuration, and permit an evaluation about 2D configuration of geoeletric structure and present a better resolution for basalt basis and top of deep conductor than the automatic inversion. Thus, in cases where MT survey is carried out to attend geothermal application or structural recognition, a geoeletric section based on correlation section of Bostick-Niblett and derivate curves can be considered as a final result.