A interpolação de traços desempenha um importante papel no
processamento de dados sísmicos, especialmente na migração. As técnicas
usuais procuram, em pequenas janelas espaço-tempo, encontrar direções
de coerência lateral para interpolar as amplitudes desejadas. Podem
também requerer informações a priori ou rastreamento manual de eventos.
Estas técnicas, porém, não são adequadas quando os dados exibem
“aliasing” espacial e mergulhos conflitantes.
Neste trabalho optou-se por um métodos que opera no domínio da
freqüência-espaço (F-X). Seu fundamento é que eventos lineares
presentes numa seção composta de traços regularmente espaçados podem
ser exatamente interpolados, independente da amostragem espacial. Não
requer informações a priori nem precisa estimar os mergulhos dos
eventos. A seção de trabalho é então dividida em janelas e a aplicação
da teoria de predição unitária, combinada com o métodos dos mínimos
quadrados, permite que os traços sejam obtidos como resposta de um
sistema linear associado aos operadores preditivos de erro.
A observação da matriz do sistema linear permitiu identificar
simetrias e propriedades úteis na obtenção da solução dos sistema de
equações. O uso destas propriedades possibilitou o desenvolvimento de
três algoritmos para o cálculo da solução. Um deles usa a técnica de
decomposição LU e estende o método de Cholesky a matrizes hermitianas.
Os outros dois são algoritmos tipo Levinson que exploram
respectivamente uma estrutura triangular de zeros a um núcleo Toeplitz
hermitiano, presentes na matriz do sistema.
Baseado nesta teoria, desenvolveu-se, neste trabalho, um algoritmo para
interpolar traços sísmicos. Ele foi testado utilizando-se de dados
sísmicos sintéticos e reais. A solução do sistema de equações com base
no método da decomposição LU mostrou-se mais estável que os demais.
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