A tomografia de difração é uma técnica de modelamento
direto e de inversão desenvolvida inicialmente para a área
médica (ultrassonografia). A sua utilização em dados
sísmicos é relativamente recente. Foi introduzida em 1984 por
Devaney juntamente com um algoritmo de inversão extremamente rápido
e de formulação elegante denominado filtered backpropagation.
Existem contudo limitações severas na sua aplicação
na forma original pois os arranjos de fontes e de receptores devem estar
perfeitamente alinhados e equiespaçados, uma vez que necessita da
transformada de Fourier espacial ao longo dos mesmos. Esta
configuração é muito difícil de ser obtida em
levantamentos sísmicos devido às obstruções
físicas e problemas operacionais.
É utilizada uma outra formulação baseada nos mesmos
princípios mas desenvolvida sob a forma matricial de maneira muito
semelhante à tomografia de raio, podendo utilizar qualquer
combinação de fontes e receptores. A parametrização
é feita através da divisão do campo de velocidades em
um número finito de blocos com mesma velocidade, as incógnitas
do sistema. A região é discretizada e cada ponto do grid interage
co; cada par fonte/receptor e cada freqüência e o seu somatório
para cada bloco define um elemento da matriz tomográfica. Ao
contrário da tomografia de raio, esta matriz não é mais
esparsa. Como o sistema linear normalmente é mal-condicionado, se
necessita uma regularização, optando-se por uma solução
com estrutura mínima, resolvido através do método conjugado
gradiente.
Dados sintéticos foram gerados a partir de modelagem acústica
2-D, através de um algoritmo de diferenças finitas para os
principais tipos de geometria utilizados em sísmica: sísmica
de reflexão, VSP e poço a poço.
A inversão matricial é bem mais lenta que a filtered
bockpropagation que apresenta ainda melhor resposta para pontos difratores.
Na medida que a área com perturbação na velocidade aumenta,
a inversão matricial apresenta resultados bem mais consistentes e
a possibilidade de utilizar multifreqüência permite diminuir
sobremaneira o esforço operacional. Pode-se utilizar quaisquer
freqüências mas o ideal é que estejam próximas do
pico do sinal para aumentar a relação sinal/ruído.
A utilização de informações a priori como por
exemplo as interfaces interpretadas de seções sísmicas
migradas melhora de forma significativa o resultado final e permite visualizar
uma forma de inversão integrada envolvendo migração, tomografia de raio e tomografia de difração.
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