A migração pré-empilhamento em profundidade representa atualmente um dos
principais desafios da exploração sísmica. Embora a imagem da subsuperfície
seja ainda obtida preferencialmente utilizando a migração Kirchhoff pré-empilhamento,
devido à sua eficiência e flexibilidade, o rápido avanço na capacidade de processamento
dos computadores promete um futuro promissor para as técnicas de migração baseadas na
extrapolação de campos de ondas no domínio da freqüência e número de onda.
Técnicas de migração por deslocamento de fase implementadas no domínio das ondas planas
apresentam-se como uma das alternativas disponíveis para gerar imagem em profundidade.
Este domínio permite desenvolver algoritmos eficientes capazes de migrar com precisão
dados com diferentes graus de complexidade, previamente decompostos em suas componentes
de ondas planas. Além disso, estas técnicas são caracterizadas por preservarem os mergulhos
e o conteúdo de freqüências dos dados, podendo ser aplicadas em meios com variação lateral
de velocidade.
Nesta dissertação, extensões pré-empilhamento dos métodos de migração PSPI e ``Split-step''
foram desenvolvidos para migrar seções de parâmetro de raio de afastamento constante,
selecionadas a partir de dados no domínio tau-p organizados em coleções de tiro comum.
As técnicas realizam extrapolações descendentes dos campos de ondas das fontes e dos
receptores através de rotações de fase nos domínios w-k e w-x utilizando operadores
baseados na equação acústica da onda. A imagem final em profundidade é obtida através
da aplicação das condições de imagem, representadas pela soma de todas componentes de
freqüências de interesse e pela soma das várias seções de parâmetro de raio de afastamento
migradas. Por trabalharem no domínio da freqüência e número de ondas estas técnicas são
naturalmente paralelizáveis, podendo ser implementadas tanto para migrar dados
pré-empilhamento em profundidade quanto para análise de velocidades.
A precisão e a eficiência das técnicas desenvolvidas foram avaliadas comparando
os resultados obtidos através de testes em dados sintéticos 2-D com diferentes
graus de complexidade. Em situações de moderado a fraco contrastes de velocidades
e mergulhos acentuados as técnicas de migração PSPI e ``Split-step'' 2 reconstituiram
e posicionaram corretamente os refletores gerando as melhores imagens dos modelos.
Porém, em alguns casos a técnica PSPI necessitou de 5 velocidades de referência para
gerar uma imagem equivalente àquela gerada pela técnica ``Split-step'' 2, exigindo um
custo computacional maior. Portanto, a técnica de migração ``Split-step'' 2 possui as
melhores condições para migrar dados nas situações apresentadas, pois apresentou a
melhor relação custo benefício, ou seja, melhor balanço entre o custo computacional
e a qualidade da imagem migrada.
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