Autor
Ferreira, Jorge (1973)
Título
Estudo da termoluminescência do quartzito numa zona mineralizada em ouro e urânio (Canavieiras, Jacobina - Bahia).
Data da aprovação
12.11.1973
Banca examinadora
Dr. Daniel R. Nordemann (Orientador), Dr. Zbigniew Baran, Dr. Shigueo Watanabe.
Resumo

O quartzito da mina de ouro em Canavieiras, município de Jacobina-Bahia, mostrou em sua curva de termoluminescência natural, um pico de alta temperatura a (280 ± 2)°C. Um estudo detalhado da reprodutibilidade deste pico possibilitou a padronização das medidas, dentro de uma faixa granulométrica compreendida entre 0,149 e 0,177 milímetros (80 e 100 mesh). Este resultado mostra que as influências de trituração sobre as medidas podem ser minimizadas, e assim os erros obtidos foram da ordem de 5%.

Perfís de atividade gama foram feitos “in loco”, utilizando-se de um cintilômetro portátil tipo SPP3, cuja finalidade principal foi estudar a repartição dos elementos radioativos na vizinhança do filão mineralizado em ouro, pirita e urânio.

Na interpretação dos perfís, foi possível verificar também que existe uma correlação positiva entre o fenômeno da termoluminescência e os teores de urânio, muito embora para pontos próximos ao contacto do filão rico em urânio (até 700 ppm), a termoluminescência exibisse o fenômeno de saturação.

Levando em consideração que o pico de termoluminescência natural possui uma temperatura bastante elevada, para permitir o acúmulo da termoluminescência à temperatura ambiente, o mesmo foi então utilizado na tentativa de estimar o tempo e o evento que deu origem ao início da acumulação deste fenômeno no material ora estudado. O resultado obtido de (7 ± 4).106 anos pode corresponder ao último aquecimento em uma época relativamente recente.

Abstract

The quartzite of Canavieiras gold mine (Jacobina-Bahia, Brasil) shows, in its natural glow curve, a high temperature peak at (280 ± 2)°C. The study of the reproductibility of this peak resulted in the standardization of measurement for grain sizes between 80 and 100 mesh (0.149 and 0.177 mm). For this interval, the grinding effects are less and the errors introduced are less than 5%.

“In situ” total gamma-ray profiles were made, using a portable SPP3 scintillation detector, for the purpose of studing the distribution of radioactive elements near the pyrite, uranium and gold strike.

In the interpretation of the profiles it was possible to show a positive correlation between thermoluminescence and uranium yields. Saturation was reached for points near the uranium high content (up to 700 ppm) strike.

The thermoluminescence peak is a sufficiently high temperature peak to let thermoluminescence accumulate at ambient temperatures. It was used in an attempt to estimate the time and the event that initiated the accumulation of thermoluminescence. The result obtained, (7 ± 4). 106 years, may correspond to the last heating of the rocks at a relatively recent time.