O quartzito da mina de ouro em Canavieiras, município de
Jacobina-Bahia, mostrou em sua curva de termoluminescência natural, um
pico de alta temperatura a (280 ± 2)°C. Um estudo detalhado da
reprodutibilidade deste pico possibilitou a padronização das medidas,
dentro de uma faixa granulométrica compreendida entre 0,149 e 0,177
milímetros (80 e 100 mesh). Este resultado mostra que as influências de
trituração sobre as medidas podem ser minimizadas, e assim os erros
obtidos foram da ordem de 5%.
Perfís de atividade gama foram feitos “in loco”, utilizando-se de um
cintilômetro portátil tipo SPP3, cuja finalidade principal foi estudar
a repartição dos elementos radioativos na vizinhança do filão
mineralizado em ouro, pirita e urânio.
Na interpretação dos perfís, foi possível verificar também que existe
uma correlação positiva entre o fenômeno da termoluminescência e os
teores de urânio, muito embora para pontos próximos ao contacto do
filão rico em urânio (até 700 ppm), a termoluminescência exibisse o
fenômeno de saturação.
Levando em consideração que o pico de termoluminescência natural possui
uma temperatura bastante elevada, para permitir o acúmulo da
termoluminescência à temperatura ambiente, o mesmo foi então utilizado
na tentativa de estimar o tempo e o evento que deu origem ao início da
acumulação deste fenômeno no material ora estudado. O resultado obtido
de (7 ± 4).106 anos pode corresponder ao último aquecimento em uma
época relativamente recente.
|