O volume de hidrocarbonetos numa rocha reservatório
areno-argilosa, pode ser subestimado quando não se leva em cont ao
efeito do excesso de condutividade proporcionado pela presença dos
argilominerais. Modelos conceituais de condutividade superficial e
volumétrica têm sido propostos na literatura, com a finalidade de
explicar esta condutividade adicional. Entretanto, o uso desses modelos
na interpretação dos perfis elétricos de poços requer parâmetros
empíricos, medidos normalmente em laboratórios sobre amostras ou então
são determinados através de procedimentos estatísticos.
Usando teorias de misturas auto-similares e uma representação
volumétrica para a condutividade efetiva das argilas, Lima e Sharma
(1990) propuseram expressões analíticas para a condutividade dos
arenitos argilosos, onde a principal vantagem sobre os demais modelos
reside na extração dos parâmetros diretamente das medidas dos eprfis
geofísicos de poços.
Este trabalho apresenta um procedimento numérico para resolver a
petrofísica dos arenitos argilosos usando o modelo de Lima e Sharma em
termos de fator de formação (F), condutividade equivalente dos grãos
(ss), índice de cimentação (m) e saturação em água (Sw). A
condutividade ss permite calcular a proporção volumétrica de argila na
formação. O procedimento foi corroborado com dados de amostras
publicados na literatura e aplicados a dados de perfilagens elétricas
de poços produtores de petróleo, na Bacia do Recôncavo. Os resultados
de Sw e p foram adequadamente comparados com os derivados de outros
perfis, indicando que a metodologia é apropriada para avaliação
quantitativa automática dos arenitos argilosos.
|