Mestrado - Persio Mandetta

Universidade Federal da Bahia

Curso de Pós-Graduação em Geologia

Dissertação de Mestrado

Mandetta, Pérsio (1986)

Aspectos geológicos e petrogenéticos das associaçães máfico-ultramáficas da região de Caraíba, Vale do Rio Curaçá, Bahia.

Data de Aprovação: 20.12.1986

Banca Examinadora: Prof. Shiguemi Fujimori (Orientador), Dr. José M. U. Munhá, Dr. José C. Danni.

RESUMO As associaçães máfico-ultramáficas da região de Caraíba (Sul do Vale do Rio Curaçá, Bahia) estão relacionadas a terrenos de alto grau de metamorfismo, de provável idade arqueana. Constituem corpos metaígneos, alongados segundo a direção Norte-Sul, metamorfizados e deformados em cinco fases desenvolvidas nas fácies granulito/anfibolito alto/xisto-verde, durante o intervalo do Arqueano ao Proterozóico Inferior. O envoltório dessas rochas é formado por um gnaisse máfico bandado, de composição tonalítica, de provável origem ígnea. As associaçães máfico-ultramáficas são individualizadas em dois tipos: 1) Associação Máfico-Ultramáfica Mineralizada e 2) Associação Ultramáfica a Olivina. A associação mineralizada é formada por uma unidade ultramáfica basal (biotitos, piroxenitos) e uma unidade máfica de topo (norito, gabronorito). Relacionado à base dessa associação, ocorrem disseminaçães e concentraçães maciças de calcopirita-bornita-magnetita. As faixas de variação entre as unidades basais e de topo indicam intervalos de MgO de 23% a 10%; de Ni 1400 ppm a 200 ppm; TiO₂ de 0,1% a 2%. A Associação Ultramáfica a Olivina é formada por um núcleo de piroxenito, olivina-piroxenito e peridotito, e um envoltório de rochas gabróicas. Compreende tipos litológicos com MgO variando na faixa de 30% a 40%; TiO₂ em torno de 0,2% e Ni de 4000 ppm a 2000 ppm. As relaçães de campo e os dados petrográficos e petroquímicos indicam que essas duas associaçães metaígneas são individualizadas e não associáveis. A Associação Máfico-Ultramáfica Mineralizada é semelhante a complexos estratiformes metamorfizados, sendo derivada a partir de um magma basalto-toleítico, pobre em componentes magnesianos por um processo de acumulação magmática. A associação Ultramáfica a Olivina é semelhante aos nódulos ultrabásicos, associados a terrenos de alto grau de metaforfismo, fomados por um mecanismo de intrusão de corpos metaígneos em zonas tectânicas favoráveis.

ABSTRACT The mafic-ultramafic associations of Caraíba (South of Curaçá River Valley, Bahia State) are related to high degree metamorphic terrains, probably from the archean age. They constitute meta-igneous bodies, elongated in the north-south direction, which have been metamorphised and deformated in five phases developed in the granulite/high amphibolite/greenschist facies during the Archean to Lower Proterozoic. The country rock is a banded mafic gneiss with tonalitic composition, probably of igneous origin. These mafic-ultramafic associations are individualized in two types: 1) mafic-ultramafic mineralized association and, 2) olive ultramafic association. The Mineralized Association is formed by one basal ultramafic unity (biotites, pyroxenites) and one top mafic unity (norite, gabbronorite). These are disseminations and massive concentrations of chalcopirite-bornite-magnetite related to the basal ultramafic unity. The chemical variations between the base and the top unities indicate: MgO, 10%--23%; Ni, 200 ppm--1400 ppm; TiO₂, 0.1%--2.0%. The Olivine Association is formed by a core of pyroxenites, olivine-pyroxenites and peridotite surrounded by gabbroic rocks. It comprised lithologic types in which occur the following variations: MgO, 30%--40%; Ni, 2000 ppm--4000 ppm; and TiO₂ around 0.2%. Field relationships and the petrographical and petrochemical data indicated that these two metaigneous associations are different and distinguished. The mineralized association is similar to metamorphised layered complex, and its derived of a tholeiitic basaltic magma, poor in magnesium contents. The Olivine Association is similar to the ultrabasic nodules, associated to high degree metamorphic terrains which probably occur as solid intrusive igneous bodies in the tonalitic sequence.

	Mandetta, Pérsio (1986)
	Aspectos geológicos e petrogenéticos das associaçães máfico-ultramáficas da região de Caraíba, Vale do Rio Curaçá, Bahia.
	Data de Aprovação: 20.12.1986
	Banca Examinadora: Prof. Shiguemi Fujimori (Orientador), Dr. José M. U. Munhá, Dr. José C. Danni.
RESUMO	As associaçães máfico-ultramáficas da região de Caraíba (Sul do Vale do Rio Curaçá, Bahia) estão relacionadas a terrenos de alto grau de metamorfismo, de provável idade arqueana. Constituem corpos metaígneos, alongados segundo a direção Norte-Sul, metamorfizados e deformados em cinco fases desenvolvidas nas fácies granulito/anfibolito alto/xisto-verde, durante o intervalo do Arqueano ao Proterozóico Inferior. O envoltório dessas rochas é formado por um gnaisse máfico bandado, de composição tonalítica, de provável origem ígnea. As associaçães máfico-ultramáficas são individualizadas em dois tipos: 1) Associação Máfico-Ultramáfica Mineralizada e 2) Associação Ultramáfica a Olivina. A associação mineralizada é formada por uma unidade ultramáfica basal (biotitos, piroxenitos) e uma unidade máfica de topo (norito, gabronorito). Relacionado à base dessa associação, ocorrem disseminaçães e concentraçães maciças de calcopirita-bornita-magnetita. As faixas de variação entre as unidades basais e de topo indicam intervalos de MgO de 23% a 10%; de Ni 1400 ppm a 200 ppm; TiO₂ de 0,1% a 2%. A Associação Ultramáfica a Olivina é formada por um núcleo de piroxenito, olivina-piroxenito e peridotito, e um envoltório de rochas gabróicas. Compreende tipos litológicos com MgO variando na faixa de 30% a 40%; TiO₂ em torno de 0,2% e Ni de 4000 ppm a 2000 ppm. As relaçães de campo e os dados petrográficos e petroquímicos indicam que essas duas associaçães metaígneas são individualizadas e não associáveis. A Associação Máfico-Ultramáfica Mineralizada é semelhante a complexos estratiformes metamorfizados, sendo derivada a partir de um magma basalto-toleítico, pobre em componentes magnesianos por um processo de acumulação magmática. A associação Ultramáfica a Olivina é semelhante aos nódulos ultrabásicos, associados a terrenos de alto grau de metaforfismo, fomados por um mecanismo de intrusão de corpos metaígneos em zonas tectânicas favoráveis.
ABSTRACT	The mafic-ultramafic associations of Caraíba (South of Curaçá River Valley, Bahia State) are related to high degree metamorphic terrains, probably from the archean age. They constitute meta-igneous bodies, elongated in the north-south direction, which have been metamorphised and deformated in five phases developed in the granulite/high amphibolite/greenschist facies during the Archean to Lower Proterozoic. The country rock is a banded mafic gneiss with tonalitic composition, probably of igneous origin. These mafic-ultramafic associations are individualized in two types: 1) mafic-ultramafic mineralized association and, 2) olive ultramafic association. The Mineralized Association is formed by one basal ultramafic unity (biotites, pyroxenites) and one top mafic unity (norite, gabbronorite). These are disseminations and massive concentrations of chalcopirite-bornite-magnetite related to the basal ultramafic unity. The chemical variations between the base and the top unities indicate: MgO, 10%--23%; Ni, 200 ppm--1400 ppm; TiO₂, 0.1%--2.0%. The Olivine Association is formed by a core of pyroxenites, olivine-pyroxenites and peridotite surrounded by gabbroic rocks. It comprised lithologic types in which occur the following variations: MgO, 30%--40%; Ni, 2000 ppm--4000 ppm; and TiO₂ around 0.2%. Field relationships and the petrographical and petrochemical data indicated that these two metaigneous associations are different and distinguished. The mineralized association is similar to metamorphised layered complex, and its derived of a tholeiitic basaltic magma, poor in magnesium contents. The Olivine Association is similar to the ultrabasic nodules, associated to high degree metamorphic terrains which probably occur as solid intrusive igneous bodies in the tonalitic sequence.