Universidade Federal da Bahia


Curso de Pós-Graduação em Geologia

Dissertação de Mestrado


Lima, Raif C. C. (1986)

Aspectos geológicos e mineralizaçães na área de Brumado: Magnesita na Serra das Éguas.
Data de Aprovação: 20.12.1986
Banca Examinadora: Prof. Shiguemi Fujimori (Orientador), Dr. Reinholt Ellert, Dr. Raimundo N. N. Villas.
RESUMO A área mapeada na escala 1:100.000 compreende cerca de 1.500 km2, consistindo de duas folhas 15'X15' englobadas no projeto Brumado-Caetité, desenvolvido pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), em convênio com o Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM). Simultaneamente, foi mapeada em detalhe (escala 1:25.000) uma área com cerca de 225 km2 englobando a Serra das Éguas.

Na região ocorrem rochas da Associação Migmática-Plutânica em um padrão organizacional indicativo de uma evolução precambriana comum ou estreitamente relacionada à seqüência vulcanossedimentar constituída pelo Complexo Brumado-Urandi, que se encontra recortado por granitos supostamente transamazânicos (Proterozóico Inferior). As coberturas plataformais estão representadas por rochas metassedimentares detríticas do Supergrupo Espinhaço (Proterozóico Médio), contendo intrusães básicas, e por sedimentos do Terciário-Quaternário.

As comparaçães lito-estratigráficas, realizadas com inúmeras seqüências vulcanossedimentares do Estado da Bahia e outras seqüências descritas na literatura mundial, recomendam que a Serra das Éguas seja classificada como uma estrutura similar a ``greenstone belt'', possuindo idade provável do Proterozóico Inferior, que evoluiu possivelmente a partir de uma crosta oceânica. Possui a forma de um braquissinclinório assimétrico, tendo eixo principal disposto segundo NE-SW, e algo deformado.

Relaçães de campo, estudos petrográficos e petroquímicos permitiram determinar com razoável segurança os processos envolvidos e as origens das rochas anfibolíticas, metaultrabásicas e carbonáticas, e ainda dar indicaçães sobre as origens das demais unidades litológicas que ocorrem na área.

O estudo dos processos sedimentares e metamórficos complementados por estudos de fracionamento isotópico do carbono e do oxigênio indicam que a magnesita é de origem sedimentar, tendo sido preservada no sentido do topo do pacote vulcanossedimentar, graças a sua pureza e quantidade.

Além das mineralizaçães já comprovadas, os terrenos granito-``greenstones'' dos tipos encontrados na área possuem alta potencialidade para depósitos de filiação magmática. Os eventos tectono-magmático-termais do final do Ciclo Transamazânico constituiram importante fator metalogenético.

ABSTRACT The mapped area at 1:100.000 scale comprises about 150 sq. km, consisting of two 15'X15' sheets, which are part of the Projeto Brumado-Caetité executed by the Cia. de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) in cooperation with the Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM). A more detailed map (scale 1:25.000) of an area, with about 225 sq. km, was made in the Serra das Éguas area.

Migmatic-Plutonic Assemblages show organizational patterns indicative of a common Precambrian evolution, or are closely related to the vulcano-sedimentary sequence constituted by the Brumado-Urandi Complex, that is intruded by supposed Transamazonic granites (lower Proterozoic). The platform cover is represented by detritic sedimentary rocks of the Espinhaço Supergroup (Middle Proterozoic), containing basic intrusions, and Tertiary-Quaternary sediments.

The litho-stratigraphic correlation made with several vulcano-sedimentary sequences of Bahia State and other sequences described in the world point to the Serra das Éguas as a structure similar to a greenstone belt with a probable Lower Proterozoic age and resulted possibly from an oceanic crust. It has an assimetric braquissinclinorium form with the main axis oriented in a NE-SW direction.

Field relations, petrographic and petrochemical studies helped to define the evolutionary process and the origin of the amphibolitic, metaultrabasic and carbonate rocks, and shed light on the origins of other lithologic units in the area.

The study of sedimentary and metamorphic processes complemented by isotopic fractionation of carbon and oxygen indicates that the magnesite is of sedimentary origin. Because the pureness and amount of the magnesite it was preserved in the top of volcano-sedimentary sequence.

This granite-greenstone terrain has high potential for magmatic affiliated deposits. The tectono-magmatic-thermal events at the end of Transamazonic Cycle constitute important metalogenetic factors.