Universidade Federal da Bahia


Curso de Pós-Graduação em Geologia

Dissertação de Mestrado


Ferreira, Doneivan F. (1994)

Estudo comparativo do vulcanismo pós-paleozóico da Bacia Potiguar e regiões adjacentes.
Data de Aprovação: 28.02.1994
Banca Examinadora: Dr. Shiguemi Fujimori (Orientador), Dr. Herbet Conceição, Dr. Moacyr Moura Marinho
RESUMO Resultados de estudos das rochas basálticas dos Estados do Rio Grande do Norte e Paraiba no Nordeste brasileiro feitos em campo e em laboratórios estabeleceram uma relação química e geocronológica. As rochas basálticas terciárias constituem uma suíte dominantemente de olivina-basalto alcalino e basanitos, e em menores proporções, de basaltos toleíticos. Esta série de eventos ocorre dentro de uma faixa com direção aproximada N-S com cerca de 120 km de largura que começa na Plataforma Continental Nordestina e se prolonga até desaparecer ao centro do Estado da Paraíba (aprox. 250 km). Os membros alcalinos dessa suíte ocorrem na forma de ”plugs”, chaminés, pequenos diques e alguns pequenos derrames. Os membros toleíticos ocorrem na forma de pequenos derrames e diques, ambos geralmente apresentando alterações. Há evidências de eventos múltiplos em várias dessas ocorrências. Esta série de eventos terciários foi denominada Suíte Basáltica Alcalina Terciária do Nordeste Brasileiro, e é considerada como sendo parte de um magmatismo autônomo ocorrido em ambiente tectônico do tipo Continental. A maioria dos eventos intrusivos e extrusivos ocorreram entre 12,4 e 44,6 Ma. Esse magmatismo intrudiu rochas cristalinas do assoalho precambriano e sedimentos cretáceos da Bacia Potiguar, apresentando pouca diferenciação. A mineralogia dessas rochas consiste basicamente de olivina, clinopiroxênio, plagioclásio, nefelina e minerais de óxido de ferro. Ainda é possível encontrar incluído nessas rochas uma suíte xenolítica peridotítica. A maioria dos xenólitos são de composição lherzolítica. Esse material alienígena pode “mascarar”a composição geral suíte terciária já que esse mesmo material está também presente na forma de pequenos xenocristais que não podem ser separados antes da análise química. A distribuição geográfica da atividade ígnea episódica terciária indica que a fonte magmática estava aparentemente fixada na placa móvel Sul Americana e não fixada no manto descartando uma situação de “Hot Spot”. A origem do líquido primário poderia estar ligada a uma grande e única câmara magmática ou, mais provavelmente, a diferentes pequenas fontes de aproximadamente mesma profundidade.
ABSTRACT Results from field and laboratory studies of the basaltic rocks of the Rio Grande do Norte and Paraiba States in Northeast Brazil have established a definite chemical and geochronological relationship. The Tertiary basaltic rocks comprise a dominant suite of alkaline olivine-basalts and basanites, and lesser volumes of toleiitic basalts. This series of events occur within a 120 km wide belt in and approximate N-S trend that goes from the Northeastern Brazilian Platform to Central Paraiba State (approx. 250 km). The alkaline members of this suite occur in the form of plugs, necks, small dikes, and few small flows. The toleiitic members occur in the form of small flows and dikes which usually show alteration . There are evidences for multiple events in many of the occurrences. This series of Tertiary events was denominated Tertiary Alkaline Basalt Suite of Northeast Brazil, and is considered to be an autonomous magmatism which took place in a continental type of tectonic environment. Most of the intrusive and extrusive events can be related to the period between 12,4 and 44,6 Ma. This magmatism intruded the crystalline rocks of the Precambrian basement and the Cretaceous sediments of the Potiguar Basin, showing very little differentation. The mineralogy of these rocks consists basically of olivine, clinopyroxene, plagioclase, nepheline and Fe-oxide minerals. it is possible to find included in these rocks a peridotitic xenolithic suite. Most of the xenoliths are of lherzolithic composition. This alien material can mask the bulk composition of the main Tertiary suite since this material is also present as small xenocrysts that cannot be separated before chemical analysis. The geographical distribution of the Tertiary episodic igneous activity indicates that the magma source is apparently fixed to the moving South American plate rather than fixed in the mantle discarding a hotspotic situation. The origin of the primary liquid could have been traced to a huge single magma chamber or, more kikely, to differents maller sources at approximately the same depth.