8. Favia gravida
Esta espécie tem as colônias sólidas, esféricas e hemisféricas de coloração marrom claro ou amarelado. Os cálices são desiguais, arredondados, ovais ou alongados e muitas vêzes deformados. Devido à grande variedade na forma dos cálices, Laborel (1969a) descreve três tipos diferentes, tipos 1, 2, e 3, cada um apresentando mais três variações morfológicas, denominadas formas A, B e C. O tipo 1 têm os cálices simples, mais ou menos equidimensionais; no tipo 2 alguns cálices são ovais e pouco alongados e, o tipo 3 se caracteriza pelo alongamento acentuado dos cálices com uma forte meandrinização. As três variações encontradas dentro de cada um desses tipos dizem respeito à parede lateral dos cálices. Na forma A as paredes laterais se confundem e os cálices estão bastante próximos uns dos outros; na forma B, intermediária, as paredes têm 1 a 2 mm de espessura e, a forma C possui os cálices bastante separados e um pouco elevados. | |
Com respeito aos tipos 1,2 e 3, Laborel (1969a) observou que o tipo 1 caracteriza os ambientes de águas calmas; o tipo 2 é encontrado em águas com profundidades intermediárias (2 a 15 m), e o tipo 3 caracteriza águas agitadas em lugares bastante rasos. Quanto às características das formas A, B e C, elas parecem estar relacionadas às condições de oxigenação, turbidez e poluição das águas. A forma A, com cálices maiores e mais abertos, indica águas turvas ou poluídas, a forma C, com os cálices estreitos e de paredes laterais espessas, corresponde a ambientes com condições favoráveis (águas claras e bem oxigenadas) e, a forma B, à condições intermediárias. Os corais de águas muito agitadas têm forma hemisférica pois desenvolvem uma área de fixação mais ampla com relação àquelas que vivem em ambientes de águas calmas. |
Esta espécie é bastante resistente às variações
das condições ambientais, particularmente com respeito à
temperatura, salinidade e turbidez das águas. Juntamente com a
espécie Siderastrea stellata são os corais mais comuns nas
poças rasas do topo emerso dos recifes de coral costeiros e mesmo
nos substratos não recifais que afloram ao longo das praias.
É uma espécie endêmica da fauna brasileira, mostrando afinidades com as espécies presentes na área caribenha. Está registrada desde os recifes da costa do Estado do Ceará, Atol das Rocas e Arquipelago de Fernando de Noronha até a costa do Estado do Espírito Santo. Abundante nas partes rasas dos recifes de Abrolhos, da ilha de Itaparica e do litoral norte da Bahia, e registrada também na ilha de Trindade. |
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